Olá, bebês! ♥
Primeiramente, quero parabenizar a nós, mulheres, pelo nosso
dia! Mas, vocês conhecem as manifestações econômicas, sociais e políticas
envolvidas, que contribuíram para a criação dessa data? Se não, hoje vou contar
alguns fatos históricos que nos trouxeram essa grande conquista: o Dia Internacional da Mulher!
We Can Do It! - por J. Howard Miller, 1943. |
Existem dois relatos que teriam motivado, indiretamente, a data e ambos se passaram entre a Segunda Revolução Industrial e Primeira Guerra Mundial, nos anos de 1857 e 1911, nos Estados Unidos. São estes:
Greve Trabalhista de
1857: De 1850 à 1945, com os avanços científicos e tecnológicos na
Inglaterra, França e Estados Unidos, nasce a Segunda Revolução Industrial. Os constantes
desenvolvimentos nas áreas química, elétrica, do petróleo e aço aumentaram a produtividade
industrial e, conseqüentemente, aumenta a quantidade de mulheres empregadas
também. Nesse contexto, se inicia um período de longas jornadas de trabalho, porém
com salários mais baixos, comparado aos homens.
Em 08 de março, houve a primeira greve trabalhista pelos
direitos femininos, quando tecelãs reivindicaram tratamento digno - sofriam
violência sexual e física -, redução de carga horária para 10 horas - eram 16
horas diárias -, salários iguais aos dos homens com mesmo cargo - recebiam um
terço, apenas -, fim do trabalho infantil - comum na época - e licença à
maternidade. As trabalhadoras foram, violentamente, reprimidas pela polícia.
Obs.: Não há comprovação
histórica sobre os eventos ocorridos acima.
Créditos: Revista Fórum |
Greve Trabalhista de 1911: Em 25 de março, houve outra greve trabalhista. Dessa vez, na fábrica têxtil Triangle Shirtwaist Company onde, aproximadamente, 146 trabalhadores morreram carbonizados, em maioria mulheres, vítimas de incêndio. Esse incêndio seria intencional, causados pelos próprios donos que, com ajuda da polícia, teriam acuado os trabalhadores dentro do prédio e ateado fogo. Há quem não acredite em incêndio intencional, mas sim, incêndio causado pelas péssimas condições do local.
Créditos: ArtsJournal |
Dois anos antes, em 1909, a Triangle Shirtwaist Company negou assinar um acordo coletivo, durante
a Greve das Costureiras, se tornando conhecida pela imprensa.
Em 03 de maio de 1908, o primeiro Dia Nacional da Mulher foi
comemorado nos Estados Unidos, através de uma manifestação por igualdade
econômica e política no país, que reuniu mil e quinhentas mulheres.
Em 1909, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data
para 28 de fevereiro, com um protesto no centro de Nova York, reunindo mais
de três mil pessoas e resultando numa enorme greve têxtil - 22 de novembro à 15
de fevereiro -, que fechou quase quinhentas fábricas.
Créditos: WarmOven |
Créditos: WarmOven |
Em 1910, com o objetivo de homenagear as lutas femininas,
durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, foi proposto à
criação de uma data anual para comemorar os direitos femininos, sendo aprovado
por mais de cem representantes, de 17 países.
Créditos: WarmOven |
De 1914 à 1918, com a Primeira Guerra Mundial, surgiram mais
protestos ao redor do mundo. Em 08 de março de 1917 - 23 de fevereiro no
calendário Juliano, adotado pela Rússia -, aproximadamente, noventa mil pessoas
se reuniram para protestar contra Czar Nicolau II, pelas más condições
trabalhistas, fome e a participação russa na guerra, conhecido como "Pão, Paz e Terra" - a data se consagra, mesmo sendo oficializada como Dia Internacional da Mulher
em 1921.
Créditos: Libération |
Em 1945 - mais de vinte anos após o protesto na Rússia -, a
ONU assina o primeiro documento internacional que declara a necessidade de igualdade
entre homens e mulheres, conhecido com "A Carta da ONU".
Após esses eventos, a data caiu no esquecimento e só foi
recuperada pelo movimento feminista, durante os anos de 1960. Mas finalmente, em
1977, por livre e espontânea pressão a Assembléia Geral da ONU reconhece
nosso "08 de março" como Dia Internacional da Mulher!
As lutas femininas pelo direito à igualdade econômica,
social e política são tão antigas, quanto os fatos históricos narrados aqui. Esse é
um resumo, apenas!
"O oito de março deve ser visto como momento de mobilização
para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências
morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que
retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países"
- Maria Célia
Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas e doutorada em História Cultural.
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